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Kamila Pitombeira
14/12/2011
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A batata-doce é um tubérculo rústico e amplamente adaptável às diversas regiões do país. Além disso, é bastante utilizada na propriedade rural para alimentação familiar e consumo animal. Especificamente para Santa Catarina, a estação experimental da Epagri de Ituporanga desenvolveu três novas cultivares de batata-doce, visando à melhor adaptação às condições climáticas do estado e os padrões de cor, formato e sabor preferidos pelos consumidores. A SCS367 Favorita, SCS368 Ituporanga e SCS369 Águas Negras prometem boa produtividade e bom aproveitamento da colheita, além de contarem com tolerância ao mal-do-pé, doença capaz de dizimar toda a produção do tubérculo.
— Esses genótipos de batata-doce foram coletados em várias partes do Estado de Santa Catarina, em outros estados do Brasil e ainda no exterior. Os materiais foram trabalhados durante 25 anos por equipes de pesquisa da unidade – conta Édison Xavier de Almeida, chefe da estação experimental da Epagri de Ituporanga.
Segundo ele, as cultivares são materiais bastante uniformes, com boa característica de coloração de película, polpa e formato para uso na alimentação humana. O chefe da pesquisa diz ainda que a cultivar Águas Negras, especificamente, tem um potencial de produção que gira em torno de 45t de raízes por hectare.
— Já as demais, estão em uma faixa próxima de aproximadamente 40t. Portanto, as três cultivares contam com excelente produtividade e uniformidade. Além disso, cerca de 85% da colheita de raízes é comercialmente aproveitada — afirma.
Todas apresentam também tolerância a uma doença chamada mal-do-pé, que tem dizimado as áreas de batata dos produtores da região. A doença é causada por um fungo que habita o solo e, ao entrar em contato com a planta, provoca o rompimento da sua parte inferior, podendo destruir toda a lavoura.
— Recomendamos que o produtor sempre faça uma análise de solo e realize a adubação com base no resultado da análise. Ele deve ainda consultar um técnico do seu município — orienta Almeida.
Ele conta ainda que esses materiais podem ser considerados tropicais. Então, são indicados para algumas regiões de Santa Catarina, como o Alto Vale do Itajaí, que possuem temperaturas amenas. Já nas regiões de clima mais frio, os produtores também plantam a batata-doce em suas propriedades. No entanto, a produtividade é menor.
Viveiros e distribuição de mudas
Para Almeida, as regiões do Estado de Santa Catarina sofrem grande carência quando o assunto é a produção de mudas. Por isso, ele incentiva que os profissionais da área busquem a produção dessas cultivares.
— A carência de viveiros de mudas em nossa região é muito grande. A partir do próximo ano, teremos materiais dessas cultivares para distribuição em maior quantidade. No entanto, essa quantidade servirá apenas para começar o plantio em algumas regiões do Brasil. Portanto, é importante que os produtores e técnicos dos municípios procurem fazer esses viveiros, como forma de incentivar a multiplicação dos materiais — pede o entrevistado.
Para mais informações, basta entrar em contato com a estação experimental da Epagri de Ituporanga através do número (47) 3533-1713.
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